- Formados em 2011, porquê 4 anos para lançar o primeiro álbum?
-Miguel Silva - O nosso “Contempt Over The Stormfall” de certa forma começou a ser desenhado desde o momento em que de facto nos tornamos um todo. Houve um processo longo até conseguirmos uma formação sólida e só no final desse mesmo ano, atingimos tal solidez, que felizmente se mantêm até hoje, sendo exactamente isso que nos permitiu a criação deste debut. Antes de assinalarmos um registo desta envergadura, quisemos ganhar experiência e maturidade o suficiente para que fosse algo que nos deixa-se orgulhosos e não uma mancha no nosso percurso, muitos ensaios, muita composição, muitas datas ao vivo ao longo de cerca 2 anos, deram-nos certezas e deliberadamente e propositadamente decidimos passar a fase do EP tradicional, por acharmos que a nossa formação dava garantias para saltar tal etapa e após tal execução, tenho consciência que foi a atitude mais acertada.
- Já vinham de outras bandas ou Wrath Sins foi a estreia para todos?
-MS: Em termos gerais, cada um de nós tinha tido planos/pequenos projectos, mas que nunca se haviam materializado devidamente e como tal, WRATH SINS tornou-se NO PROJECTO, que sem dúvida nos marca a nível individual e colectivo.
- Que dificuldades passaram\passam como banda, para se imporem no meio do metal nacional?
-MS: Nós somos uma banda com objectivos, queremos ir mais além e apresentando algo diferente, partilhamos a mesma visão, “fazemos acontecer”, não somos de estar à espera que as coisas nos caiam do céu, e acreditamos que as coisas só surgem com muito trabalho e trabalhando juntos. Não é de forma alguma um meio fácil, nem de entrar nem de subsistir nele. Desde logo, encontrar membros com a mesma visão, dedicação, a conciliação horária e comportamental, as dificuldades financeiras, promocionais etc. Há todo um punhado de entraves para quem quer fazer algo de relevante aqui. As dificuldades foram, são e sempre serão essas, mas quando se gosta, quando se quer, as coisas surgem e surgem bem. A qualidade e quantidade são muito vastas, é dificil ganhar destaque, a não ser que se siga determinadas “modas” ou contextos de “momento”, mas também quem os segue, vai-se perder no tempo. Nós acreditamos numa subida consistente, “depressa e bem há pouco quem” e como banda nova que somos, estes 4 anos foram de aprendizagem e os próximos 20 assim o serão. Sabemos que actualmente o nome WRATH SINS esta bem e recomenda-se, mas queremos mais e melhor :)
- Como está a decorrer a promoção do vosso álbum "Contempt Over The Stormfall"? ~
-MS: A sensação de tocar este álbum ao vivo não podia ter sido melhor. Sentimos e pelo que vimos à nossa frente por parte do público, conseguimos passar a energia e todo o “ambience” do mesmo. Como referi é um album auspicioso, com centenas de riffs, com orquestrações, samples, arranjos, sabiamos que não seria fácil tocá-lo na integra, mas ficamos imensamente satisfeitos com o resultado. Ter tão boa reacção por parte do público faz-nos acreditar e sorrir para o que aí vem, até porque tem sido arrebatadora a reacção que temos obtido, da mais de centena e meia que já tem disco na mão e têm presenciado a nossa evolução. Embora acreditassemos sempre no que fazemos, não pensavamos ter logo ao inicio um feedback tão positivo, o que é imensamente gratificante saber que “alguém” notou ou entendeu aquilo a que nos dedicamos e propusemos. Como disse anteriormente, não somos a banda “típica” actual, tendo o nosso quê de peculiar, e ter chegado a tanta gente e dessa gente ter chegado tanta palavra positiva, é fantástico. Tem-nos chegado optimas criticas, convites para concertos, entrevistas, radios, não há muito que possamos dizer, se não um obrigado gigantesco a quem não arreda pé de nós e nos apoia, familia, namoradas, amigos, pessoas que vamos conhecendo pela estrada fora etc, essas pessoas são de certa forma o nosso pilar.
- Tem convidados de respeito na vossa estreia como Tó Pica e o Miguel Ingles. Como surgiram esses convites?
-MS: Como uma banda nova que somos, olhamos para cima e para quem achamos que daria o contributo certo ao album. Acima das escolhas que fizemos não olhamos a nomes mas sim a quem desse o tempero certo ao que queriamos apresentar. Começamos pelo Miguel, ao ponto de a “Solispsism” estar a ser composta e começar a “ouvir” a voz dele nesse mesmo tema, para lá de ser um vocalista incrivel é um amigo que nos apoiou desde muito cedo. E pelo mesmo motivo, surgiu o Fernando,onde foi inevitável na composição da “Textured Vengeance” não sentir a necessidade de ter o registo tão característico dele, e a nível pessoal sendo um enorme fã de WEB, foi fantástico contar com ele. O Tó Pica, foi tal como na música (que encerra o album) o ultimo nome a surgir-nos. A composição da música e do trecho de solo em especifico pedia algo mais, e mais uma vez olhamos para uma banda que ouviamos quando eramos miudos. RAMP foi e é um exemplo para nós de preserverança e o Tó Pica com todas as qualidades fez o solo falar por si.
- Nos concertos vocês dão tudo em palco, nota-se bem a energia e a forma como cativam o publico. Imaginaste um dia a tocar num grande festival ou numa sala tipo coliseu?
-MS: Esse sonho, porque acho que a palavra sonho se adequa a este ponto, nunca sai das nossas cabeças, sabemos e temos os pés bem assentes no chão e o quanto dificil é dar um salto pequeno, quanto mais um desses, mas também temos consciência que com muito trabalho, dedicação, amor “à camisola” as coisas vão evoluindo, tudo fazemos para que elas evoluam, e que oportunidades e novos caminhos sejam desbravados. Respondendo a questão, sim..qualquer músico imagina e ambiciona tal. A materialização desse sonho, não depende só de nós, mas do que depender, mais tarde ou mais cedo iremos alcançar.
-MS: Foi uma honra incrível de facto ter sido convidado para tal, estar entre nomes tão “históricos” e relevantes no meio musical no qual estamos inseridos. Como referi acima acho que com trabalho tudo se alcança e sim, creio que tenha vindo também do que temos vindo a alcançar. Somos uma banda ambiciosa, trabalhadora, muito autonoma, sabemos o que fazemos e como fazemos, para lá da ajuda do André Matos e que a nossa editora Raising Legends Records tem vindo a desempenhar, acreditamos que o primeiro passo deve ser sempre nosso. Vejo muito talento e potencial a nossa volta, mas tambem vejo muita desorientação e muito “morrer na praia”. Nós não queremos ser só mais uma na estatistica, queremos e estamos aqui para ficar. E acredito que se houver um documentário daqui a 20 anos, ainda estejamos aqui para documentar mais alguma coisa :)
- Falando da Bulldozzer que novidades podemos esperar em 2016?
-MS: A Bulldozer está de volta, após uma pausa necessária e revitalizante. Planos são muitos, ideias, algumas já concebidas e a serem tratadas. Queremos mais e melhor como em tudo o que tentamos fazer. Queremos ajudar mais, criar mais oportunidades, mas também cria-las com cabeça. Relevância com qualidade é a nossa meta, e podem esperar (não muito tempo) para ouvir muita coisa da Bulldozer On Stage no próximo ano, a começar ja em janeiro, para a 3ª edição do Feed Me Fest.
- Para terminar, uma mensagem para os leitores do Pedra de Metal…
-MS: Antes de qualquer outra coisa, um obrigado a ti Paulo, pela oportunidade, pelo regresso, por mesmo em ausência, dares sempre o teu contributo, é de louvar, nós e o nosso meio agradecemos! Para todos os leitores, apoiem as bandas, promotoras, editoras, casas, etc o mais que puderem, porque só sabe o que custa quem pertence a este lado e não esperem para que tudo desapareça para sentirem a falta. Um obrigado e ate já!
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