Pedra de Metal

sábado, 10 de setembro de 2011

LIVE REPORT – Summer Enslavement 2011 (2º dia)


No sábado, eram cerca de 18 horas, quando os Crepúsculo Maldito subiram ao palco com o seu necro/punk/hardcore. Abriram assim as hostilidades de uma maneira bastante bem disposta e com uma boa reacção por parte do público. O culto à cerveja, foi o assunto que serviu como base na maioria dos temas tocados e bem disputados pelas vozes masculina e feminina, ambas aliadas às tradicionais malhas desta onda.

Oriundos do Alentejo, os Canchroid são a segunda banda que se segue. Trouxeram consigo um technical/brutal/death-metal bem executado e de forma original ao juntarem, por entre a brutalidade do seu som, a técnica com um acrescento de jazz. “Decapited Soldiers From The Apocalypse” e “Blessed Bodies” foram tocados por uma banda com boa atitude em palco e com um vocalista, por duas vezes, a entrar no mosh com o público.

Mother Of The Hydra, foi a banda que mais marcou a diferença, deram entrada ao som de uma intro fantasmagórica que, durante uma boa meia hora, trouxe uma aragem gélida para o local. V-Kaos e os seus músicos, apresentaram um black-metal de linhas experimentais e muito cerimoniosos, em palco encontrava-se uma pequena mesa com um cálice, um prato com pão entre outros adereços. Mantiveram-se concentrados ao máximo, numa interpretação de teor muito ritualista e algo "cénica", feita de temas mais pesados e outros com passagens mais calmas, de voz limpa e cristalina com declamações pelo meio. Ao som do outro, abandonaram, misteriosamente, o palco sem dirigirem uma única palavra ao público.
Após um longo momento de espera, eis que entram os Echoes Of The Fallen Messiah que, aos poucos, começam a habituar o público em acreditar que desta vez é para continuar no activo. No Summer Enslavement, a palavra manteve-se, com um estilo bem diferente ao que tocavam no seu início, actualmente situam-se no melodic/death-metal de estilo sueco e com influências thrash, a única banda, neste evento, a utilizar teclados. Demoraram tempo para começarem a actuar, mas compensaram e desempenharam bem o seu papel.

O speed/thrash-metal puro e de recorte clássico, chegou pelas mãos dos Inquisitor, uma banda que conta com estatuto vincado no thrash português. O colectivo da margem sul de Lisboa, tocou malhas como “Speed Metal Legion”, “Face The Witch” e “Iron Preacher” onde não faltaram os riffs afiados e solos com tappings, como manda a regra. Uma banda composta de elementos jovens, mas com grandioso espírito da velha guarda.

Quase na recta final, e com uma intro orquestral surpreendente, é a vez dos Flagellum Dei, a “grande novidade” do evento, após um longo período em silêncio, apresentaram-se com uma formação reestruturada, black metal mais devastador e excelente presença em palco. Apostando numa interpretação mais ritualista, o vocalista Hellraiser, com a sua constante pose imperial, foi o mestre de cerimónias que, em algumas vezes, elevou às alturas a caveira de um bode. “Order Of The Obscure”, “Conjures Fire” e o tema em português “Ossadas”, fizeram parte de uma set-list recheada, apenas, por temas que irão sair no próximo álbum.

Por fim entraram os Corpus Christii, a grande atracção do segundo dia, considerados pela esmagadora maioria como o expoente máximo do black-metal português, fecharam as cortinas do espectáculo de forma poderosa, como não poderia deixar de ser. O recente álbum “Lúciferian Frequencies” foi um dos principais registos da sua actuação, embora tivessem tocado temas de trabalhos anteriores. Nem a falha de desempenho de uma das colunas, conseguiu tirar a qualidade e a raça desta imponente banda que continua, cada vez mais, a marcar presença em palcos além fronteiras.

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